segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Gabeira na chuva, num domingo de sol

Foi interessante ver como o cargo de prefeito do Rio de Janeiro foi decidido em segundo turno, voto a voto, numa vitória muito apertada de Eduardo Paes sobre Fernando Gabeira.

Há dois meses Gabeira apontava cerca de 5% da preferência do eleitorado, segundo as pesquisas de opinião pública. Teve um crescimento vertiginoso em sua campanha, que o levou à segunda colocação e, conseqüentemente, à disputa do segundo turno.

Alguns fatores foram decisivos nessas eleições:

1) a perseguição da imprensa (especialmente o grupo Globo) ao candidato Marcelo Crivella, senador ligado à Igreja Universal, chegando ao cúmulo de relacionar o covarde assassinato de jovens por militares do Exército, ao projeto "Cimento Social" de autoria daquele senador. Com essa vinculação, Crivella que liderava as pesquisas de opinião no início da campanha, terminou em terceiro lugar;

2) a força opinativa dos eleitores de Gabeira. Ninguém duvidava - e as pesquisas confirmaram - que os eleitores de Gabeira eram, em linhas gerais, os mais eslcarecidos do Rio. Eram formadores de opinão. E realizaram uma silenciosa, mas intensa campanha boca-a-boca, e-mail a e-mail, telefonema a telefonema, no melhor estilo do marketing pessoal, e foram os responsáveis pelo crescimento abrupto dessa candidatura, levando-a à disputa do segundo turno;

3) a força da máquina do Estado. A campanha de Paes teve como principal trunfo o caos da saúde pública do Rio. E o governo do Estado achou em suas UPAs (unidades de pronto-atendimento) um grande filão de votos a favor do candidato do governo. Inúmeras UPAs foram inauguradas. Algumas na semana da eleição(!) e nas barbas da Justiça Eleitoral. O governador Sérgio Cabral Filho apostou todas as suas fichas na eleição de Paes (e quase perdeu...) porque não emplacou nenhum candidato nas cidades da região metropolitana do grande-Rio; e

4) mas a principal causa da derrota de Gabeira foi um belíssimo final de semana de muito sol e calor. E, como se não bastasse, ainda o governo do Estado havia antecipado (teria sido propositalmente?) o ponto facultativo do dia do funcionário público do dia 28.10 para a segunda-feria, dia 27.10, fazendo, para muitos, um feriadão. Resultado, abstenção de mais de 20%. Isso mesmo, um em cada cinco eleitores deixaram de comparecer às urnas. Foram quase um milhão de ausentes! A maioria certamente da zona sul, justamente onde Gabeira era mais forte. E ele só precisava de mais cinqüenta mil votos...

Sim, foi o final de semana com cara de verão, o domingão de sol, que trouxe grandes e densas nuvens sobre a candidatura de Gabeira, que acabou na chuva. Mas fica pré-lançado como uma excelente opção para 2010, quando o Estado do Rio elegerá um novo governador.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Lindenberg ouviu o “diabinho”

O Brasil se comoveu com o drama da adolescente Eloá, que com apenas quinze anos de idade foi vítima do jovem Lindenberg. Há quem diga que ele teria agido movido "por amor".

Do lamentável episódio, três coisas chamam minha atenção:

A primeira, a nova definição de "amor". Essa palavra, que em tempos modernos foi adotada como sinônimo de relações sexuais ("fazer amor") e até tem servido para justificar a aberração do homossexualismo, agora também é vinculada à violência e ao egoísmo. Quem justifica um crime com a palavra "amor" certamente ignora a belíssima descrição desse sentimento que está registrada na Bíblia, na 1ª Carta aos Coríntios, capítulo 13, versículos 4 a 7: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". O amor é sentimento altruísta, de forma que tudo o que é egoísta pode ser qualquer coisa, menos amor.

A segunda, a razão dada pelo jovem criminoso para não libertar sua ex-namorada: o "anjinho" falava para libertar a adolescente, mas o "diabinho" não deixava. É possível que Lindenberg tivesse assistindo muito a desenhos animados (principalmente os antigos), que exploravam bastante essa imagem. Mas, ainda que sem querer e, possivelmente, com intenção de zombar dos ouvintes (os negociadores da polícia), o fato é que ele falou, em parte, o que estava acontecendo. Ou seja, que ele estava colocando a sua vida à disposição do diabo (não do "diabinho" como disse). Como é triste saber que um jovem, com toda a sua força, que poderia estar dedicando sua vida para a honra e glória do nome do Senhor, joga-a fora. Literalmente. E ainda leva outra consigo. Inevitável pesar nas palavras de Jesus Cristo: "o ladrão [referindo-se ao diabo] não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (João 10.10). Por que as pessoas têm rejeitado a Vida?

A terceira, a atitude da adolescente Nayara, amiga de Eloá. Não vou entrar no mérito do ABSURDO que foi a polícia ter permitido (na verdade incentivado) o reingresso no local do cativeiro da menina que havia sido liberta. Pretendo ater-me à atitude de Nayara. O amor dela por sua amiga a fez encarar um obstáculo imenso, arriscando realmente a sua vida (tanto que foi ferida por um tiro quase fatal). Alguns podem argumentar que agiu assim em razão da imaturidade, da pouca idade. Acredito que não! Trata-se de um traço de seu caráter. Se tivesse vinte, vinte e cinco ou trinta anos, creio que agiria da mesma forma. Admiro-a porque ela estava disposta a arriscar sua vida por amor a uma amiga. Mas me faz ficar ainda mais perplexo diante da grandiosidade do amor de Deus, que entregou (não apenas arriscou) seu Filho, Jesus Cristo, para pagar os meus pecados, sendo eu, até então, seu inimigo. É o que diz a Palavra Sagrada: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8).

Que a tragédia ao menos sirva para que pessoas reflitam sobre a efemeridade da vida. E não a percam ouvindo nenhum "anjinho" e muito menos "diabinho", mas ouçam a doce voz de Jesus Cristo que diz "vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28).

sábado, 18 de outubro de 2008

Aprendendo com a polícia de São Paulo

Olá meu leitor,

O mundo teve oportunidade ímpar de aprender algo sobre segurança pública, graças à gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo e à imprensa brasileira.

1º Transforme um jovem desequilibrado em estrela, dando-lhe o máximo de atenção. Preferencialmente, transforme-o em celebridade, inclusive com direito a entrevista veiculada nacionalmente;

2º Permita que o jovem desequilibrado, sem nenhuma exigência e com motivação supostamente baseada em uma frustração emocional, realize o cárcere privado mais longo da história daquele Estado (mais de cem horas);

3º Após conseguir que criminoso libere uma adolescente de 15 anos de idade, devolva-a depressa... não à família, mas sim ao psicopata; e

4º Quando ouvir um estampido que possa ser um tiro, exploda a porta e invada logo o local, com cuidado para que o psicopata saia sem nenhum arranhão. Já as vítimas...


Pior que essas receber essas preciosas lições foi ler hoje na "Folha On Line" que o comandante do Gate, capitão Adriano Jovenini, teria dito que "...as pessoas que criticam as ações da corporação --como permitir a volta de uma adolescente ao cárcere privado em Santo André-- não têm experiência alguma em situações deste tipo...". E mais, disse também que "quem tem condições de avaliar somos nós [os policiais do Gate]". Na matéria também consta que, segundo o capitão, "eles têm o 'feeling' de saber como usar as técnicas de negociação".

Em outra matéria, o coronel Eduardo Félix, comandante do Batalhão de Choque da PM, disse que "não houve erro"... como assim!?

Só nos resta pedir a Deus que nos livre de necessitar desse "feeling" e dessa "gloriosa" corporação. E orar para que Ele, em sendo sua vontade, preserve a vida da jovem Eloá, cujo nome, em hebraico, significa DEUS!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

E deu Marquinho Mendes

Olá meu leitor,

Depois de vários meses de muita disputa política (sim, só a Justiça Eleitoral ainda acredita que a campanha só começa em julho do ano das eleições...), alianças, rupturas, boatos, desmentidos, trocas de partido e outros percalços, finalmente chegou o dia das eleições. E Marquinho Mendes (PSDB) foi re-eleito com boa margem de votos para o segundo colocado. Será o Prefeito de Cabo Frio - RJ por mais quatro anos. Parabéns Marquinho!

Ele de fato vinha fazendo uma boa administração, o que certamente contribuiu para o resultado positivo que obteve.

Mas o recado mais interessante que veio das urnas foi o marco do início do fim da carreira política do deputado Alair Corrêa (PMDB). Parece que a população de Cabo Frio não se contenta mais com promessas de shows, carnaval e futebol... Que bom!

Quem também decepcionou (ou melhor, ficou decepcionado) foi o Doutor Paulo César. Ele alcançou um número inexpressivo de votos, se comparado aos últimos pleitos que disputou.

A festa da democracia é bela, mas ainda deixa uma pergunta no ar: até quando teremos que aturar essa violação da liberdade individual que é o voto obrigatório??

Bom, amanhã começa a campanha para as eleições de 2010. Mas não espalhe a notícia, porque a Justiça Eleitoral ainda não sabe.

Abraços.

Abertura

Olá meu leitor,

Eis que surge este espaço para o exercício da tagarelice digitada, onde se pretende falar de/sobre tudo e todos, num sintoma claro de verborréia aguda.

Conto com o seu comentário. Nem que seja só pra criticar as opiniões aqui expostas ;-)

Abraços.