domingo, 19 de julho de 2009

Vivendo, de verdade, a Graça da Verdade


Um dos pilares da reforma protestante foi o sola gratia, ou seja, “Graça somente”. Foi um momento feliz o reencontro da humanidade com a Graça de Deus. Como é bom saber que a salvação vem de Deus. A iniciativa foi dele. A execução do plano foi dele. Quem pagou pelos pecados, foi Ele. Que presente maravilhoso! E a Palavra deixa bem claro que vivemos pela Graça do Senhor: “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.” (Romanos 11.6); “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9).

E destaco isso porque noto recrudescer nos arraiais evangélicos um certo abandono da Graça. Sim, a Graça é a antítese da meritocracia. Ou seja, na medida em que eu acredito que sou salvo em razão de meus méritos e de minha santidade, eu afasto a incidência da Graça de Deus.

O problema é que as pessoas, em geral, não aceitam bem a idéia de Graça. É mais aceitável, humanamente falando, a visão de uma justiça divina retributiva, meritória. Esquecem que, se assim fosse, ninguém – eu repito: ninguém! - seria salvo. Só a aceitação da Graça do Senhor pode nos conduzir à salvação.

Essa realidade deveria fazer de nós, os que já fomos alcançados pela maravilhosa Graça e a aceitamos, pessoas mais tolerantes, mais compreensivas, mais humanas. É que, a partir do momento em que reconhecemos que não merecíamos (e não merecemos) nada de Deus, mas, assim mesmo, Ele enviou seu unigênito Jesus Cristo ao mundo, para viver como um de nós, sofrer todas as tentações a que somos submetidos, sem jamais pecar, e ser morto por causa de nossas transgressões, a postura a ser adotada não pode ser mais aquela legalista, religiosa (no sentido pejorativo do termo), quase farisaica.


Quem me conhece sabe que não sou um liberal. Acredito que o pecado ofende a santidade de Deus e, por isso, sempre trás seus resultados negativos. Não desconsidero a lei da semeadura, segundo a qual aquele que planta, há de colher os frutos do que plantou. Mas, por outro lado, tenho aprendido que essa “retribuição” não deve vir dos crentes no Senhor Jesus Cristo; não deve vir da igreja. Nossa missão é amar, cuidar, estender a mão, auxiliar, oferecer novas oportunidades e, até mesmo, auxiliar as pessoas a enfrentarem as consequencias de seus pecados. Para isso fomos chamados.


Ah, irmãos, vivamos, de verdade, a Graça daquele que é a Verdade e a Vida, tendo discernimento do Espírito Santo para julgar situações, sem, jamais, condenar pessoas, que são tão pecadoras quanto eu ou você.

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