domingo, 2 de novembro de 2008

Mortos que “rezam” por mortos

Olá meu leitor,

Em novembro de 2007 escrevi um texto, que decidi publicar hoje aqui no blog. Segue:


Mortos que “rezam” por mortos

Não sei se para o bem ou para o mal – porque depende do ponto de vista – mas é fato que temos no Brasil uma grande quantidade de feriados. Celebramos datas cívicas, fatos históricos, dias de alguns santos, dias de todos os santos, e outros dias não tão santos assim... Dentre tantos feriados um me soa curioso: o dia de finados.

Embora alguém possa pensar que se trata de algo bom, pois possibilita uma lembrança acerca dos entes queridos que já não mais estão aqui, esse dia dedicado aos falecidos está embasado em grande e perigosa heresia.

O objetivo pretendido com a data não é que o povo se recorde dos seus mortos, mas sim que ore (ou “reze”) por eles. Aliás, estes são dois ensinamentos difundidos pelo catolicismo romano que, além de não encontrarem nenhum respaldo bíblico (têm origem nos cultos animistas), ganharam acolhida popular: o primeiro de que devemos orar pelos mortos, e o segundo, de que os mortos podem interceder por nós.

Como ensinou a poetiza Myrtes Mathias, na bela poesia “Agora”: “Se queres dar-me uma flor; / Dá-me antes que eu morra...”. E disse mais: “Se podes hoje fazer o milagre / De um sorriso num rosto que chora, / Não coloques flores sobre tumbas; / Se queres dar-me uma flor, faze-o agora.” E continuou: “O que farei das orações, das flores / Quando do mundo eu já não mais for? / Aos pés de Deus eu as terei tão lindas / Que não precisarei do teu amor.”.

Dos entes queridos que já não mais estão aqui guardo a lembrança, os ensinos, os momentos que Deus me permitiu tê-los em minha companhia. Quanta saudade de Aldir Sampaio e de Edina Pereira Sampaio, os pais que o Senhor me concedeu o privilégio de ter. Mas sei que nada que eu faça interferirá neles e eles, por sua vez, também não podem mais me auxiliar e nem mesmo interceder por mim.

Portanto, meu querido irmão, não deixe de aproveitar intensamente cada momento na companhia de seus pais e demais pessoas amadas. Ore agora em favor deles. O auxílio que tiver que prestar,
preste-o agora. Os muitos conselhos de sabedoria, ouça-os agora. Se quiser presenteá-los com flores, faça-o agora. Porque quando eles já não estiverem mais aqui, de nada valerá cobrir os seus túmulos de flores, e nem cobrir os seus nomes de orações.

A Palavra de Deus já nos admoesta, em Eclesiastes 3.1 que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Não deixe para honrar, presentear e orar pelos seus
queridos quando o tempo tiver passado. Agradeça a Deus pela vida de deles, e também porque, quanto àqueles que em vida aceitaram a Jesus Cristo como único Senhor e Salvador de suas vidas, você os reencontrará nos céus para usufruírem, juntos, da presença de Deus por toda a
eternidade.

Quanto ao dia 2 novembro... bem, fiquemos com o ensino de Jesus, registrado em Mateus 8.22, seguindo-O e deixando que os mortos sepultem seus próprios mortos. Ou, no caso, que os mortos rezem por seus próprios mortos.

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