quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Lindenberg ouviu o “diabinho”

O Brasil se comoveu com o drama da adolescente Eloá, que com apenas quinze anos de idade foi vítima do jovem Lindenberg. Há quem diga que ele teria agido movido "por amor".

Do lamentável episódio, três coisas chamam minha atenção:

A primeira, a nova definição de "amor". Essa palavra, que em tempos modernos foi adotada como sinônimo de relações sexuais ("fazer amor") e até tem servido para justificar a aberração do homossexualismo, agora também é vinculada à violência e ao egoísmo. Quem justifica um crime com a palavra "amor" certamente ignora a belíssima descrição desse sentimento que está registrada na Bíblia, na 1ª Carta aos Coríntios, capítulo 13, versículos 4 a 7: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". O amor é sentimento altruísta, de forma que tudo o que é egoísta pode ser qualquer coisa, menos amor.

A segunda, a razão dada pelo jovem criminoso para não libertar sua ex-namorada: o "anjinho" falava para libertar a adolescente, mas o "diabinho" não deixava. É possível que Lindenberg tivesse assistindo muito a desenhos animados (principalmente os antigos), que exploravam bastante essa imagem. Mas, ainda que sem querer e, possivelmente, com intenção de zombar dos ouvintes (os negociadores da polícia), o fato é que ele falou, em parte, o que estava acontecendo. Ou seja, que ele estava colocando a sua vida à disposição do diabo (não do "diabinho" como disse). Como é triste saber que um jovem, com toda a sua força, que poderia estar dedicando sua vida para a honra e glória do nome do Senhor, joga-a fora. Literalmente. E ainda leva outra consigo. Inevitável pesar nas palavras de Jesus Cristo: "o ladrão [referindo-se ao diabo] não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (João 10.10). Por que as pessoas têm rejeitado a Vida?

A terceira, a atitude da adolescente Nayara, amiga de Eloá. Não vou entrar no mérito do ABSURDO que foi a polícia ter permitido (na verdade incentivado) o reingresso no local do cativeiro da menina que havia sido liberta. Pretendo ater-me à atitude de Nayara. O amor dela por sua amiga a fez encarar um obstáculo imenso, arriscando realmente a sua vida (tanto que foi ferida por um tiro quase fatal). Alguns podem argumentar que agiu assim em razão da imaturidade, da pouca idade. Acredito que não! Trata-se de um traço de seu caráter. Se tivesse vinte, vinte e cinco ou trinta anos, creio que agiria da mesma forma. Admiro-a porque ela estava disposta a arriscar sua vida por amor a uma amiga. Mas me faz ficar ainda mais perplexo diante da grandiosidade do amor de Deus, que entregou (não apenas arriscou) seu Filho, Jesus Cristo, para pagar os meus pecados, sendo eu, até então, seu inimigo. É o que diz a Palavra Sagrada: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8).

Que a tragédia ao menos sirva para que pessoas reflitam sobre a efemeridade da vida. E não a percam ouvindo nenhum "anjinho" e muito menos "diabinho", mas ouçam a doce voz de Jesus Cristo que diz "vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28).

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